segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Diana e Leandro -2-



"Cuidado com a tristeza. Ela é um vício."
Gustave Flaubert

Diana estava voltando para casa depois de mais um dia de trabalho. Enquanto dirigia observava como aquela cidade era linda e tinha feito parte da vida dela por tanto tempo. Era aproximadamente dezenove horas, quando estava passando perto de uma das quadras poliesportivas da cidade. Observou alguns rapazes jogando futebol, por um minuto se pegou desejando que Leandro estivesse com eles, diminuiu a velocidade e passou observando atentamente os rapazes até que teve certeza de que ele não estaria ali, Se sentiu uma idiota por ter ficado triste por não o ver, mas também ficou pensando no que ela faria se ele estivesse ali, ficaria só observando? Ou daria um oi?
Diana acelerou o carro e foi para casa, chegando lá ainda nem tinha estacionado direito e já ouvia gritos vindos de dentro de sua casa, Mais uma das intermináveis brigas entre seu irmão mais novo e seus pais, Seu irmão era um dependente químico, E por mais que tentasse não conseguia entender a cabeça de seu irmão.
Seu irmão tinha 16 anos, Diana por mais que se esforçasse não conseguia se lembrar quando parou de reconhecer seu irmão, um jovem tão bonito e educado ter se transformado em um ogro. Vivia brigando com os pais por causa de dinheiro. Diana já tinha dado falta em algumas pequenas quantias de dinheiro que ela deixava sobre a cômoda, Mas preferiu ficar quieta, não conseguia ter forças sequer para pensar em ver mais brigas e discussões. Desde que tinha retornado para a cidade seu irmão se recusava a falar com ela, Quando tinha saído de casa seu irmão ainda não tinha onze anos completos e era uma criança linda e amorosa. Quando ele tinha se tornado aquilo? E porque ele se recusava a falar com ela?
Diana respirou fundo e abriu a porta.
- Pai, mãe o que está acontecendo dessa vez? Eu não tinha nem entrado direito na garagem e já conseguia escutar os gritos.
Por mais que já soubesse a resposta ficou ali parada aguardando uma resposta. Porém nenhuma resposta surgiu, Marcos seu irmão bateu a porta do quarto e ficou por lá. Seu pai simplesmente se sentou. E sua mãe parecia ter caído no sofá chorando, Diana conseguia ver a expressão de cansaço de seus pais e se sentia muito culpada de não poder fazer nada. Por mais que se esforçasse muito, seu irmão se recusava a sequer responder um “bom dia” para ela.
Diana sentou do lado de sua mãe a abraçando tentando consolar.
- Eu não tenho mais forças. Sua mãe lhe disse entre lagrimas.
- Claro que tem mãe, vamos conseguir passar por essa juntos. Todos nós. Disse isso entendendo a mão para seu pai que continuava sentado com sua expressão de esgotamento.

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